(1775) MOZART Concerto para violino n. 3

Straßburger Konzert (Concerto de Estrasburgo)

Compositor: Wolfgand Amadeus Mozart
Número de catálogo: K 216 / K-6 216
Data da composição: 12 de setembro de 1775
Estréia: ?

Aos 19 anos, em Salzburg, Mozart compôs todos os Concertos para violino solista de sua vida. Mas como são de datas diferentes, cada um se beneficia da experiência da composição anterior, perfazendo uma seqüência do menos para o mais "maduro". Todos são no chamado "estilo galante", um Rococó um pouco mais contido, elegante. Este é o terceiro dos 5.

Na correspondência entre Mozart e seu pai, ambos falam no "Concerto de Estrasburgo" (este), e as pesquisas indicam que esta denominação faria referência a uma canção popular "A moça de Estrasburgo" que Mozart teria utilizado no Rondò final.

I. Allegro
(Rápido)
Como mandava o figurino Classicista, abre-se a obra com uma introdução orquestral, e por sua consistência (bem mais encorpadada que nos 2 Concertos anteriores), nota-se que Mozart está trabalhando um Concerto de envergadura mais importante, e isso se poderá perceber no diálogo entre solista e orquestra, bem mais ativo e com muito mais material de troca entre os dois elementos — viollino e orquestra — que nos Concertos predecessores. 

II. Adagio
(Lento)
Uma página de rara beleza, o movimento mais lírico e tocante nos 5 Concertos para violino dele. Mozart investe nesta passagem os princípios de "conversa" entre solista e conjunto que ficariam famosos em suas óperas: o de colocar a voz — e aqui no caso, o violino — em oposição aos sopros (principalmente a flauta e o oboé), o que confere um colorido todo especial ao acontecimento musical.

III. Rondò: Allegro
(Rondò: Rápido)
Como ficou estabelecido na tradição mozartiana, um Concerto sempre termina em Rondò. É aqui que aparece a melodia que Mozart e seu pai associavam a Estrasburgo. Uma melodia inventiva e cativante, que o esquema de Rondò — sempre passar de novo pela melodia principal, após visitar uma variação ou derivação — irá render um movimento de grande originalidade, com várias passagens contrastantes. Uma prova do milagre da criatividade de Mozart, mesmo trabalhando em formas estritamente dentro da regra.
    
© RAFAEL FONSECA