Festspielhaus Salzburg

Neues Festspielhaus (até 1962)
Großes Festspielhaus (a partir de 1963) = Grande Sala de Festival
Festspielhaus Salzburg

2.179 lugares

Inauguração: 26 de julho de 1960
Local: Hofstallgaße 1, Salzburgo, Áustria
Projeto: Clemens Holzmeister

Até a década de 1950, o Festival hospedava suas produções de ópera e grandes concertos no pequeno Landstheater. Arturo Toscanini, o lendário e rabugento maestro, avisou à direção: — "Se vocês continuarem a me colocar nesse teatrinho de péssima acústica, eu não voltarei aqui outra vez". Perder Toscanini, a maior estrela da época, seria uma baixa e tanto. Foi o que mobilizou o governo a investir seriamente no Festival e construir a Grande Sala de Festival. 

Mas, havia um problema: onde? Salzburg é um pequeno vilarejo, jóia barroca encravada entre a rocha da Mönchsberg e o rio Salzach, e não há (ou havia) um único metro-quadrado disponível. Nos tempos de delírio hitlerista, o plano era colocar uma horrenda e pesada estrutura arquitetônica acima da pedra, tirando a majestade da Fortaleza do Sal, o Festung Hohensalzburg, castelo que descansa na parte alta da cidade desde 1077; felizmente a Guerra não permitiu o crime.

Então, em 1956 inicia-se o ambicioso projeto de retirar 55 mil metros-cúbicos de rocha do interior da Mönchsberg, para a construção de uma das maiores boca-de-cena do planeta, com 100 metros de largura. O edifício barroco onde ficavam os estábulos do Príncipe-Arcebispo permanece como fachada para o interior moderno.

A inauguração em 1960 deu-se revestida de grande pompa e o Festival, antes um improviso dedicado aos amantes da música que hospedavam-se em quartos nas casas e apartamentos locais, tornou-se um evento chique e sofisticado. Infelizmente, Toscanini já não vivia para testemunhar a inauguração do grande espaço de música, onde na fachada lê-se a inscrição "Sacra camenæ domus concitis carmine patet quo nos attonitos numen ad auras ferat" (A casa sagrada da Musa está aberta aos amantes da Arte e que seu poder divino nos eleve e nos inspire), mas Herbert von Karajan era a estrelíssima da vez e regeu "O Cavaleiro da Rosa" de Richard Strauss na noite de abertura.

© RAFAEL FONSECA