(1822) SCHUBERT Sinfonia n. 8 "Inacabada"

Compositor: Franz Schubert
Número de catálogo: D 759
Data da composição: 1822
Estréia: 17 de dezembro de 1865 — Viena, pelo regente Johann Herbeck 

Duração: de 20 a 30 minutos
Efetivo: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpano, cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

Homenageado pela Sociedade Musical de Graz em 1823, Schubert prometeu responder ao diploma honorário com uma Sinfonia. Em seguida ele envia a partitura completa de dois movimentos e o início, um fragmento, do que seria o Scherzo. E... e nunca mais Schubert voltou a mexer na partitura, deixando a obra conhecida como "Sinfonia Inacabada". Na estréia em 1865 — 37 anos após a morte do compositor — o maestro Herbeck tocou o Scherzo e o Finale da Terceira Sinfonia, mas eles são música menos dramática, quase uma continuidade do Classicismo de Mozart e Haydn; e a Oitava, esses dois movimentos que dela ficaram, é uma obra densa, cheia de encantos Românticos, muito mais madura e ciente, certamente, da revolução chamada Beethoven.

I. Allegro moderato
(Rápido com moderação) — de 11 a 16 minutos
O ronco dos violoncelos e contra-baixos na introdução dessa obra é inesquecível; e o doce e triste chamado se que sucede, e logo o tema lírico, cantarolado graciosamente pelos violoncelos, uma daquelas frases que só Schubert poderia ter escrito, tudo isso já garante o impacto dessa misteriosa obra inacabada. Todo o primeiro movimento será o contraste entre a beleza e o impositivo tom de advertência da passagem inicial.

II. Andante con moto
(Passo de caminhada, com movimento) — cerca de 12 minutos
Uma frase lírica de grande beleza, que mantém o conflito presente no primeiro movimento, contrastando com momentos de apreensão, mas que não chegam a dominar a peça, que chega ao seu abrupto — já que não há continuidade — fim sem perder a leveza e elegância.

Existem propostas de vários compositores para a continuidade dessa Sinfonia, com aproveitamento do rascunho do Terceiro movimento e boa dose de suposição para escrever o finale. Mas nas salas de concerto, na esmagadora maioria das vezes, o que se ouve são apenas os dois movimentos completados pelo próprio Schubert. 

© RAFAEL FONSECA