Antonio VIVALDI

Antonio Lucio Vivaldi

Veneza, 4 de março de 1678 — Viena, 28 de julho de 1741

Catálogos: Opus 1 - 12 (Coletâneas de Concertos publicadas em vida)
Catálogos: R (organizado por Mario Rinaldi em 1945, em desuso)
Catálogos: P (organizado por Marc Pincerle em 1948, em desuso)
Catálogos: F (organizado por Antonio Fanna em 1968, em desuso)
Catálogos: RV 1 - 809 (organizado por Peter Ryom em 1973) + Anh. 1 - 65 (atualização)

Na Sereníssima República de Veneza, nasce o menino Antonio Lucio. Filho de um músico da Basílica de São Marcos, Giovani Batista Rossi, que tinha esse sobrenome por conta da cabeleira ruiva, característica da família. Foi batizado como Vivaldi por ter nascido dias após um terrível terremoto. Treinado no violino pelo pai, Vivaldi torna-se padre em 1703. Os cabelos ruivos, característica da família, fariam com que fosse conhecido como o “Padre Vermelho”.

Alegando uma forte asma que o impediria de rezar missas, Vivaldi foi dispensado logo no ano seguinte, 1704, tornando-se o responsável pelo ensino musical das meninas do Orfanato “Ospedale della Pietà”. Já conhecido como o melhor violinista da Europa, com as meninas do Orfanato ele pode experimentar composições para os mais variados instrumentos, como o alaúde, a exótica tromba-marina, o violoncelo, o fagote, a teorba, o flautim. Aliás, devemos a Vivaldi os primeiros Concertos para flauta da história.

Seu legado na música instrumental chega a mais de 500 Concertos. Destacando-se como um inovador de grande criatividade, sua obra chegou a influenciar até mesmo o colega alemão Johann Sebastian Bach, que copiou algumas de suas partituras e fez versões de seus Concertos. Mas ele ficou mesmo famoso, em seu tempo, por suas óperas, que chegaram a mais de 90, embora apenas 20 delas tenham chegado aos nossos dias e pouco sejam apresentadas.

Apesar da falta de fôlego para rezar Missas, Vivaldi tornou-se um ativo empresário de óperas, realizando inúmeras viagens a Mântua, Roma, Milão, Dresden, Praga, Graz, Viena. Sua posição religiosa não o impediu de fazer-se acompanhar sempre da cantora Ana Giró, com quem mantinha um caso amoroso...

Com o passar dos anos, sua obra foi saindo de moda, e suas composições eram consideradas antiquadas. Sem dinheiro, resolve vender partituras originais por preços baixíssimos, apenas para garantir sua subsistência. Viena foi o último destino do mestre, onde ele queria conhecer o Imperador Carlos VI, grande admirador de sua música. Lá, a possibilidade da encomenda de uma ópera para o Teatro da Corte sinalizava uma mudança de situação. Mas logo o destino haveria de lhe enganar, meses depois, com a morte de Carlos VI em outubro de 1740. Um longo período de luto se seguiu na capital austríaca. Teatros fechados, e sem a proteção real, as últimas partituras que lhe restavam vendidas a preço de banana. Deprimido e sem recursos, Vivaldi faleceu em Viena, a 28 de julho de 1741.

Mas ficou seu legado. O estilo musical de Vivaldi é inconfundível. Através de suas composições, o violino fala. São cerca de 250 Concertos para violino, dentro dos quais se encontram algumas coletâneas. Algumas foram publicadas, como o Opus 9, “A Lira”, com 12 Concertos para violino. O Opus 4, com outros 12 Concertos, foi chamado de “Estravagância”, dando bem a medida da criatividade e originalidade das obras que fizeram a fama de seu nome por toda a Europa. Mas sua obra-prima está no Opus 8, chamado “O Confronto da Harmonia com a Invenção”. Os 4 primeiros Concertos da série homenageiam, cada um, as Estações do ano. Conhecidas como “As Quatro Estações”, o ciclo de 4 Concertos teria sido escrito em 1723 e publicados em Amsterdam em 1725 junto com outros 8 Concertos, dentre eles “A Tempestade no Mar”, “O Prazer”, ou “A Caça”.

Mas foram “As Quatro Estações” que conquistaram um lugar especial no repertório. Existem cerca de mil versões diferentes, gravadas pelos maiores nomes do violino no século XX. Junto à Quinta Sinfonia de Beethoven e o Concerto para piano de Tchaikowsky, “As Quatro Estações” alcançaram popularidade única, sendo apreciadas mesmo por aqueles que não se interessam pela música erudita.

© RAFAEL FONSECA

Catálogo Opus:

Op. 1 - 12 Sonate a tre: n. 12 "La Follia"
Op. 3 - Estro Armonico: n. 8 - Concerto para 2 violinos
Op. 3 - Estro Armonico: n. 10 - Concerto para 4 violinos
Op. 3 - Estro Armonico: n. 11 - Concerto para 2 violinos
Op. 8 - Il cimento dell'armonia e dell'inventione: ns. 1 a 4 - As Quatro Estações
 
 
Catálogo RV:
RV 63 - Sonata "La Follia"
RV 151 - Concerto "alla Rustica"
RV 269 - Concerto "Primavera" d'As Quatro Estações
RV 293 - Concerto "Outono" d'As Quatro Estações
RV 297 - Concerto "Inverno" d'As Quatro Estações
RV 315 - Concerto "Verão" d'As Quatro Estações
RV 522 - Concerto para 2 violinos
RV 565 - Concerto para 2 violinos
RV 580 - Concerto para 4 violinos