Antonín DVOŘÁK

Antonín Leopold Dvořák

Nelahozeves, 8 de setembro de 1841 — Praga, 1 de maio de 1904

Catálogos: Opus 1 a 115 (lista das obras publicadas em vida)
Catálogos: B 1 a 206 ("Burghauser", organizado por Jarmil Burghauser em 1960)

Dvořák é a voz da Bohemia por excelência, tendo superado inclusive seu mestre, o compositor Bedřich Smetana, na tarefa de traduzir em música as emoções do povo tcheco. Nascido num ambiente de pouca sofisticação, passou a infância em sua aldeia, onde o pai queria que ele seguisse com o negócio da família, um açougue e uma pensão. Ciente do talento de seu filho, o pai o envia à casa de um tio em Zlonice, onde o menino de 11 anos irá aprender música e alemão (a língua oficial do Império Austríaco, do qual a região fazia parte).

Em 1857, com 16 anos, o aprendiz de violino e piano (instrumentos que estudava com afinco), ele vai freqüentar a escola de organistas de Praga. Em 1862 consegue uma vaga de violista na Orquestra do Teatro Nacional de Praga, onde tocou sob a batuta de Smetana. Em 1873 é nomeado organista da Igreja de Santo Adalberto em Praga. Nesse mesmo ano ele tem a chance de ir a Viena, onde conhece Brahms, que será sempre seu incentivador. 

As partituras que ele consegue editar na capital imperial saem com seu nome abreviado "Ant.", que pode ser o alemão Anton, o inglês Anthony ou o italiano Antonio, negando-lhe a origem que Antonín denunciava, deixando exposto o preconceito que havia no Império contra um músico eslavo. Dvořák, que havia trilhado até aqui um caminho árduo e nada fácil, passa a reforçar o caráter nacional de sua música (o que se reflete nas Sinfonias 7 e 8, claramente).

Aos poucos, o reconhecimento internacional vai acontecendo. Londres o recebe muito bem, e a convite de Tchaikowsky ele vai a Moscou e São Petersburgo. Em 1892, a virada completa: sedenta por criar nos Estados Unidos um Conservatório que fomentasse uma música originalmente americana, a milionária Jeannette Turber o convida para dirigir a instituição em Nova York. Exitante no início, Dvořák é convencido por um salário que era 25 vezes maior que o que ele recebia no Conservatório de Praga.

Na América surgem seu Te Deum, sua última Sinfonia, a de número 9 "do Novo Mundo", o Quarteto n. 12 "Americano", e o Concerto para violoncelo, obras de maturidade, repletas de inovação, mas também evidentemente nostálgicas da Bohemia natal.

Ele retorna a Praga em 1895 como compositor internacionalmente consagrado. Seu aniversário de 60 anos foi celebrado como data nacional. Em 4 de abril de 1900 ele fez sua última aparição pública, regendo a Filarmônica Tcheca. Morreu no dia 1 de maio de 1904, de derrame cerebral.

© RAFAEL FONSECA

Catálogo Opus:
  
Op. 33 - Concerto para piano
Op. 46 - Danças Eslavas
Op. 72 - Danças Eslavas, II
Op. 88 - Sinfonia n. 8
Op. 92 - Abertura "Carnaval"
Op. 95 - Sinfonia n. 9, "do Novo Mundo"
Op. 103 - Te Deum
Op. 104 - Concerto para violoncelo
Op. 108 - Poema Sinfônico "A Bruxa do Meio-dia"



Catálogo B:
  
B 63 - Concerto para piano
B 78 - Danças Eslavas
B 83 - Danças Eslavas (orquestradas)
B 145 - Danças Eslavas, II
B 147 - Danças Eslavas, II (orquestradas) B 176 - Te Deum
B 163 - Sinfonia n. 8
B 169 - Abertura "Carnaval"
B 176 - Te Deum
B 178 - Sinfonia n. 9, "do Novo Mundo"
B 191 - Concerto para violoncelo
B 196 - Poema Sinfônico "A Bruxa do Meio-dia"


Obras em ordem cronológica:

(1876) Concerto para piano
(1878) Danças Eslavas
(1887) Danças Eslavas, II (1892) Te Deum
(1889) Sinfonia n. 8
(1891) Abertura "Carnaval"
(1892) Te Deum
(1893) Sinfonia n. 9, "do Novo Mundo"
(1895) Concerto para violoncelo
(1896) Poema Sinfônico "A Bruxa do Meio-dia"