Concerto para cravo

Os Concertos para cravo tem vida curta, pois logo que os Barrocos tardios, principalmente Bach, começaram a tirar o teclado da posição subalterna de baixo-contínuo, logo houve o advento do forte-piano, mais expressivo e potente que o cravo. Por isso, há pouca literatura concertante para cravo, e mesmo os primeiros Concertos de Mozart ou Haydn feitos para este instrumento logo passaram ao teclado dos fortepianos, pela prática da época. Sendo assim, é comum que obras originalmente concebidas para o teclado do cravo sejam tocadas no piano moderno.

Em geral são Concertos de estrutura simples, em esquema vivo—lento—vivo, e com instrumentação leve para não sufocar a sonoridade quase opaca do solista.

No século XX, graças à famosa cravista polonesa Wanda Landowska, responsável por trazer o instrumento de volta à cena musical — para se ter uma idéia, na Viena de 1900 não havia um cravo para Mahler tocar obras de Bach, obrigando-o a encomendar à Casa Steinway um piano preparado para emitir a sonoridade de um cravo — apareceram novos Concertos para cravo, escritos para ela, como os de Poulenc e Manuel de Falla.

© RAFAEL FONSECA