Lang Lang

Láng Lǎng (romanização do mandarim 郎朗)

Shenyang, China, 14 de junho de 1982

O próprio Lang conta que seu interesse pelo piano vem desde os 2 anos de idade, quando assistindo ao famoso desenho "Tom & Jerry" (aquele no qual é tocada a Rapsódia Húngara n. 2 de Liszt), pediu ao pai — também músico, que toca ehru, espécie de violino tradicional chinês — para aprender o instrumento. Começou a treinar com 3 anos, e com 5 já ganhava o primeiro lugar num concurso em sua cidade natal, dando em seguida seu primeiro recital público.

Sua primeira tentativa de ingressar no Conservatório de Pequim, aos 9 anos, fracassou: o professor que o avaliou não reconheceu nele maiores talentos. Perseverou e era admitido no ano seguinte. Em 1993, com 11 anos, vencia o Concurso para pianistas em Pequim e no ano seguinte, 1994, seria o primeiro colocado no Concurso para jovens pianistas de Ettlinger, Alemanha.

Daí pra frente, Lang Lang galgaria um sucesso meteórico, tornando-se hoje o pianista mais carismático da cena musical clássica. Pode-se discutir questões subjetivas com relação a seu talento — expressividade, estilo, técnica — mas nenhum outro pianista consegue magnetizar as platéias como ele.

Seu estilo é ousado como o figurino com o qual em geral se apresenta. O mesmo gosto por camisas com lantejoulas converge para execuções floreadas, rubatos enfáticos e dinâmicas exageradas. Sim, ele é performático, mas seria isso um defeito? Ainda que ele apresente um Beethoven que ainda precisa de profundidade e consistência, seu Chopin é atrevidamente poético, e seu Liszt é luminoso. Os puristas podem torcer o narizpara alguns de seus malabarismos, mas é certo que estamos diante de um grande artista. E ele ainda tem uma carreira inteira pela frente para a busca da perfeição...

© RAFAEL FONSECA