(1853) LISZT Rapsódia húngara n. 12

Ungarische Rhapsodien, Nr. 12

Compositor: Franz Liszt
Número de catálogo: LW A132-12 / S 244-12 / R 106-12 / C 477
Data da composição: entre 1846 e 1853
Estréia: ?

Duração: cerca de 10 minutos
Efetivo: piano

Liszt escreveu esta Rapsódia, como o fez em tantas outras composições, para usá-la como veículo de seu brilhante virtuosismo. Foram 15 escritas até 1853 e depois mais 2 em 1882 e 1884 e ainda mais 2 em 1885, somando 19 Rapsódias húngaras, famosas em suas versões originais para piano, bem como versões posteriores de algumas para 2 pianos, outras para piano a 4 mãos, outras ainda para piano, violino e violoncelo e outras mereceram orquestração (e assim são mais conhecidas).

A origem e inspiração para esta e todas as outras Rapsódias húngaras está num episódio ocorrido no Teatro Nacional da Hungria em 1840, no qual Liszt foi recebido com tal delírio pela platéia conterrânea que ao voltar ao palco para o bis, o fez em traje típico e tocou a Marcha Rákóczi, espécie de Hino Nacional dos húngaros à época — bom lembrar que a Hungria era parte do Império Austríaco, vivia sob forte repressão dos Habsburgos, e que Liszt era seu filho de fama internacional.

Ainda nessa ocasião, Liszt recebeu uma espada encrustada de pedras preciosas dos nobres presentes, com inscrição que enaltecia o artista por seu mérito e patriotismo. Foi um triunfo tumultuado de tão importante para aqueles húngaros sedentos de autonomia (que viria parcialmente em 1867, no Império Austro-Húngaro). Liszt se viu tomado de emotividade e reminiscências da infância; visitou acampamentos ciganos e quis anotar aquelas idéias musicais tão fervilhantes. 

Sua Rapsódia de número 12 faz uso do tema de 2 Czardas, dança típica cujo termo é oriundo de Csárda (a Taverna), e que começa lenta e melancólica e sempre acelera para uma melodia alegre e viva. As melodias são sedutoras mas o que impressiona mesmo, no final de tudo, é a imensa dificuldade técnica de execução.

© RAFAEL FONSECA