(1864) BRAHMS Quinteto com piano

Compositor: Johannes Brahms
Número de catálogo: Opus 34
Data da composição: 1862; 1863/4
Estréia: Leipzig, 22 de junho de 1866 

Duração: cerca de 45 minutos
Efetivo: piano e o quarteto de cordas (2 violinos, viola, violoncelo)

Brahms tinha 29 anos em 1862, e embora jovem como compositor era bastante cioso de suas composições e habitualmente resistente a opiniões que o levassem a mudar algo em uma criação sua. Os fatos que levam à criação do Quinteto com piano contrariam essa natureza meio teimosa: nesse mesmo 1862 ele escreve a obra como um Quinteto de cordas. Joachim, seu amigo fraterno e famoso violinista, toca a obra e diz a Brahms achar a música muito pesada para um conjunto de cordas, talvez mais afeita ao piano. Numa guinada inesperada, Brahms resolve re-escrever a obra como uma Sonata para dois pianos, que chegou a ser apresentada ao público em 1863 com ele e o pianista Carl Tausig. Mas agora era a vez de Clara Schumann, uma opinião sempre importantíssima para Brahms, fosse pela admiração sentimental que ele nutria por ela, mas também a estatura dela como grande artista; pois ela achou que ele devia voltar com as cordas e manter o piano. Outra reviravolta cujo resultado final (de 1864) é o Quinteto com piano que é conhecido hoje.

Brahms equilibra bem a participação dos instrumentos, mas o que fica mais proeminente é a sonoridade do piano em oposição às cordas, dando a impressão de um pequeno Concerto.

I. Allegro non troppo (Rápido mas não tanto) — cerca de 15 minutos
II. Andante, un poco adagio (Passo de caminhada, um pouco lento) — cerca de 9 minutos
III. Scherzo: Allegro (Brincando: Rápido) — cerca de 7 minutos
IV. Finale: Poco sostenuto — Allegro non troppo — Presto, non troppo 
(Final: Um pouco sustentando — Rápido mas não tanto — Rápido mas não tanto) — cerca de 10 minutos
   
O primeiro movimento abre misteriosamente com uma frase indagativa em uníssono, para logo explodir no tema principal, bastante enérgico. A construção das idéias musicais dá a pista de que, talvez, a Sonata "Appassionata" de Beethoven tenha influenciado o compositor. O segundo movimento é sereno e flerta com algumas suaves dissonâncias. O Scherzo toma ares de marcha, é intenso e remete a Schubert. O poderoso finale, longo e complexo, surpreendentemente inicia-se calmo e melancólico, com clima mais misterioso que o próprio início da obra; num segundo episódio ganha ares de tormenta; para logo dar lugar a uma dança que lembra as Czardas húngaras; essa dança se intensifica vertiginosamente, com momentos contrastantes de certa placidez; a peça termina em apoteose.

© RAFAEL FONSECA
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, ao postar seu comentário, não deixe de incliur seu endereço eletrônico, para que possamos manter contato! (R. F.)