Ricardo Chailly

Riccardo Chailly

Milão, 20 de fevereiro de 1953

Nascido numa família de músicos, filho do compositor Luciano Chailly, e sua irmã Cecilia é harpista, Riccardo estudou desde cedo, inclusive composição com o próprio pai. Foi aluno nos Conservatórios de Perugia e Milão e seu aperfeiçoamento como regente se deu com o maestro Franco Ferrara. Na juventude, foi baterista numa banda de rhythm-and-blues.

Com apenas 20 anos era o regente-assistente junto a Claudio Abbado no Scala de Milão, aprendendo um repertório de óperas muito extenso. Daí começaram a surgir convites e ele regeu no Metropolitan de Nova York, no Convent Garden em Londres, e chegando a gravar uma excelente versão de "Andrea Chénier", de Giordano, tendo Pavarotti no papel-título. 

Mas ele sentia-se compelido a experimentar o repertório sinfônico com mais intensidade, e para essa virada na carreira, aceitou em 1982 o posto de regente-principal da antiga Orquestra da Rádio de Berlim (que nos tempos da Berlim dividida foi conhecida pela sigla RIAS, Rádio do Setor Internacional Americano, e hoje chama-se Orquestra Alemã em Berlim), ficando até 1988. Durante esse tempo, atuou também (de 1983 a 1986) como regente-convidado na Filarmônica de Londres

Em 1988 ele é nomeado diretor de uma das mais tradicionais orquestras da Europa, a Concertgebouw. Ele colaborou para que o som da orquestra, algo marmóreo em sua impecável precisão, se tornasse mais flexível, e essa flexibilidade começou a ser notada pela audiência nas pequenas mudanças de inflexão para executar Bruckner, Mahler e Brahms — de certo, seus compositores favoritos — com características distintas. Um maior espaço à música contemporânea também foi aberto, e Varèse e Zemlimsky — outras duas paixões suas — eram frequentes na programação. Outra vertente beneficiada foi a ópera, com a atuação dele à frente da orquestra na Ópera Real da Holanda. Lá ficou até 2005.
  
Em paralelo, de 1999 a 2005, dirigiu a Sinfônica "Verdi" de Milão, orquestra jovem de sua cidade.
   
Em 2005, após 17 anos, Chailly rumou para uma nova casa e nova orquestra, a Gewandhaus. Em Leipzig, cidade de Bach, ele pode fazer como seu antecessor no cargo (Mendelssohn) e incluir as obras instrumentais e corais do velho mestre em seu repertório. Apesar das práticas com instrumentos históricos ter quase que desautorizado conjuntos sinfônicos tradicionais se aproximarem das obras barrocas, Chailly — justificado pela tradição da orquestra — inclui Bach com frequência nos programas da Gewandhaus, conseguindo alcançar um resultado excepcional com a instrumentação sinfônica moderna, adaptando-se sem dificuldade ao estilo da época. Ficou em Leipzig até 2016.

Desde 2013 é o diretor artístico do Teatro Scala em Milão — e, por conseqüência, de sua Filarmônica — e dirige o Festival de Lucerna desde 2016.


© RAFAEL FONSECA

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