(1830) ONSLOW Sinfonia n. 1

Compositor: George Onslow
Número de catálogo: Opus 41
Data da composição: 1830
Estréia: ? 1830, provavelmente em Paris, no Conservatório

Duração: cerca de 35 minutos
Efetivo: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpano, cordas (primeiros e segundos violinos, violas, violoncelos, contra-baixos)

Certamente não foi fácil à primeira geração do Romantismo conviver com a sombra de Beethoven. No ano de 1830, quando Onslow escreveu sua Primeira Sinfonia, a Nona de Beethoven havia estreado há 6 anos. Uma reviravolta impôs a partir disso, mas muitos compositores ficaram meio sem saber que rumo tomar. O experiente Mendelssohn, que nesse ano escreveu sua Sinfonia da Reforma (hoje conhecida como Quinta), e ainda iria escrever a solar Sinfonia Italiana em 1833, é dono de um estilo quase híbrido, herdeiro da estética elegante de Haydn e Mozart mas vendo-se obrigado a incluir os arroubos que a realidade histórica pedia e que foram tão bem antecipados nos solavancos da obra sinfônica de Beethoven. Para colocar a coisa bem clara, a meu ver a Primeira Sinfonia de Schumann (1841) ainda insere-se nesse hibridismo Classico-Romântico; já sua Sinfonia Renana é Romântica por excelência.

Escrevi tudo isso para dizer que Onslow, compositor francês de origem inglesa, sintetiza essa busca, esse fazer musical ainda buscando a beleza elegante de um Mozart, mas tentando dar contornos dramáticos que pudessem arrebatar o público tanto quanto fizera Beethoven.

Os quatro movimentos da Sinfonia são:

I. Introduzione: Largo — Allegro spirituoso (Introdução bem lenta — Rápido e espirituosamente)
II. Adagio espressivo (Com calma, expressivo)
III. Minuetto: Vivace (Passo miúdo: Vivaz)
IV. Finale: Vivace (Final: Vivaz)

Reparem que a presença de um Minuetto no terceiro movimento comprova minha teoria acima: o Minuetto, expediente fundamental na construção das Sinfonias de Haydn e Mozart, havia sido abolido por Beethoven após sua Primeira Sinfonia (1801), dando lugar ao Scherzo (mais irônico e agressivo), mas Onslow ainda o utiliza, não por ser antiquado, mas certamente por estar ainda ligado à estética da Sinfonia Clássica.

© RAFAEL FONSECA

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