Andrzej PANUFNIK

Andrzej Panufnik

Varsóvia, 24 de setembro de 1914 — Londres, 27 de outubro de 1991

Catálogo: inclui 10 Sinfonias, 20 outras obras sinfônicas; 7 concertos; 9 obras de câmara (incluindo 3 quartetos); 4 obras para piano-solo; e algumas obras vocais, com acompanhamento orquestral ou de piano

Filho de uma violinista e de um respeitado luthier de Varsóvia, ele entra no Conservatório de sua cidade em 1934, com 20 anos, um pouco tarde para ingressar nas turmas de piano, e acaba por escolher a percussão. Em 1937 vai para Viena estudar regência com o lendário Felix von Weingartner. Lá toma contato com a música de Schoenberg, mas nunca conseguiu interessar-se o suficiente pela excêntrica proposta do dodecafonismo. Com a Anexação da Áustria aos ideais nazistas e a consequente demissão de Weingartner da Academia, Panufnik deixa Viena; passa uns meses em Londres, mas retorna a Varsóvia em 1º de setembro de 1939, dias antes da invasão da Polônia.

Com sua cidade ocupada pelas forças alemãs durante a Segunda Guerra e a proibição de apresentações sinfônicas, ele e seu amigo Lutosławski apresentavam-se em Cafés tocando música de câmara. Durante a Guerra, compõe "As crianças de Varsóvia" e sua primeira obra sinfônica importante, a "Abertura Trágica", além de duas Sinfonias. Com o fim da Guerra, Panufnik retorna aos destroços da cidade para sepultar o irmão e recuperar suas partituras originais, mas estas haviam sido consumidas pelo fogo. A partir de 1945 ele dedicou-se a tentar re-escrever algumas das obras, principalmente a Abertura Trágica, mas as duas primeiras Sinfonias perderam-se para sempre.

Passados os horrores da Guerra, os poloneses tiveram de encarar o Comunismo. A esta altura, como ex-pupilo de Weingartner, ele era convidado a reger em muitos lugares, mas Panufnik sentia-se pressionado, cada vez mais, pela burocracia, a compor em alinhamento aos ideais do regime. Em 1954, aproveitando uma estadia em Zurique para seções de gravação como regente, foge dali para Londres, planejando não voltar mais à terra natal. Em seguida, as autoridades polonesas baniram suas obras.

Em Londres, sua música sofreu com o desinteresse. Ele diria: — "Sai da Polônia onde eu era o número um, para aqui não ser nada". No início, sobreviveu graças à ajuda dos colegas Vaugham William e Arthur Benjamin. De 1957 a 1959 foi o regente da Orquestra da Cidade de Birmingham, mas sentiu que as atividades de regente tomavam seu tempo para escrever. Em 1960 ele vai aos Estados Unidos visitar Leopold Stokowski, um entusiasta de suas obras e responsável pela estréia de sua Sinfonia Elegíaca em Houston.

Em 1963 vence o Concurso Príncipe Rainier em Mônaco com sua Sinfonia Sacra, e sua obra volta a despertar forte interesse a partir disso. Stokowski irá estrear sua obra-protesto "Katyn Epitaph" em 1968, denunciando o massacre de 15.000 oficiais poloneses por ordem de Stalin; e depois sua "Prece Universal" em Nova York em 1970, o mesmo ano no qual a London Symphony gravou um disco dedicado às suas obras, Jascha Horenstein regendo. 

Em 1972 ele escreve para Yehudi Menuhin seu Concerto para violino, cuja partitura deixa o intérprete à vontade para decidir o tempo e as modulações, um símbolo de seus ideais de liberdade. Em 1982 Seiji Ozawa estréia em Boston sua Sinfonia Votiva. Em 1987 escreve a própria biografia, "Composing myself". Em 1990 estréia sua última obra, um Concerto para violoncelo dedicado a Mstslav Rostropovich.

© RAFAEL FONSECA


Obras em ordem cronológica:

(1988) Sinfonia n. 10

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