Orquestra da Era do Iluminismo

Orchestra of the Age of Enlightenment
OAE

Fundação: 1986
Sede: Southbank Centre, Londres, Reino Unido

É do início da década de 1970 a proliferação dos conjuntos com instrumentos originais, ante o cansaço e o vício de se tocar Bach com os mesmos cacoetes que se aplicavam a Brahms ou um Vivaldi suntuoso como se fosse Richard Strauss pelas cordas da Berliner nos discos de Karajan. Surgem então agremiações como o English Concert de Trevor Pinnock, focadas na prática historicista, usando instrumentos da época do compositor (muito diferentes de seus vitaminados e super-desenvolvidos descendentes), com ênfase no repertório do Barroco — à época, o mais aviltado pelas grandes sinfônicas e filarmônicas — e centradas na figura de seus regentes, como o já citado Pinnock ou o pioneiro Nikolaus Harnoncourt.

Mas nesse início era comum que os músicos vivessem essa prática como uma experiência a mais, muitas vezes integrando vários conjuntos ao mesmo tempo. Em Londres, alguns músicos dessa turma, sentindo-se tolhidos pela figura impositiva de um regente-diretor-musical, o que contrariava os princípios do fazer música no Barroco, resolveram reunir-se num conjunto no qual seriam músicos permanentes e para o qual regentes viriam como convidados, para manter o frescor do jogo orquestral, sem viciar a nova orquestra num som ou estilo restrito. Surge assim, em junho de 1986, a Orquestra da Era do Iluminismo.

Desde a fundação eles misturam, no pódio, maestros especialistas em instrumentos originais, como Sigiswald Kuijken (o regente da estréia), Frans Brüggen ou Roger Norrington, com regentes habituados às orquestras tradicionais, como Simon Rattle (que ainda jovem regeu o conjunto em 1987 e colabora até hoje), Iván Fischer e o vulcânico Vladimir Jurowski. Procuram, assim, fugir da mesmice e fazer a sonoridade respirar sob diferentes cores. 

Com relação ao repertório, seguiram a tendência dos grupos originalistas de expandirem o repertório em direção ao pós-Romantismo. Mas após o natural passo seguinte, as obras do Classicismo, eles foram meio que pioneiros em tentar Brahms, Tchaikowsky e até Mahler com instrumentos de época, sendo que as diferenças entre um oboé ou uma trompa de fins do século XIX para os fabricados hoje são sutilíssimas.

Desde 1994 promove um programa educacional para treinamento de jovens interessados tocar instrumentos antigos.

© RAFAEL FONSECA

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