(1784) MOZART Concerto para piano n. 17

Compositor: Wolfgang Amadeus Mozart
Número de catálogo: K 453
Data da composição: 1784; terminado a 12 de abril de 1784
Estréia: 10 de junho de 1784, em Döbling, subúrbio de Viena, por Anna Barbara von Ployer

Duração: cerca de 30 minutos
Efetivo: piano solista; 1 flauta, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas e as cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

Muitos dos Concertos escritos em Viena desde de que Mozart lá se estabeleceu em 1781 foram escritos para que ele próprio os tocasse em público, mas este Número 17 é exceção: foi encomenda de sua aluna Babette, sobrinha de um importante agente de Salzburg na corte Imperial, Gottfried von Ployer. O comerciante possuía um belo casarão no subúrbio de Döbling, arredores de Viena, residência de verão da família, e contratou uma orquestra para que a filha apresentasse lá o Concerto pela primeira vez. Mozart convidou seu colega Giovanni Paisiello, que estava na platéia nesse dia de estréia.

I. Allegro (Rápido) — cerca de 11 minutos
O Concerto abre com alegria e graça femininas, talvez pelo fato da obra ser destinada a uma jovem estudante sua. Os temas fluem com imensa naturalidade, e atendem ao que Mozart prezava como qualidade final, confessada ao pai em carta certa vez: — que fosse "difícil para que impressionasse os músicos e fácil para que o cocheiro o pudesse assoviar". As partes do piano silsta soam com delicadeza, costurando as idéias musicais como se fosse uma adorável caixinha-de-música. 

II. Andante (A passo de caminhada) — cerca de 11 minutos
Certa vez ouvi a grande soprano mozartiana Irmgard Seefried declarar num documentário que o cantor em árias de Mozart deveria esta atento aos sopros, pois eram este quem guiavam a voz solista; pois aqui tem-se exatamente esta impressão, de que é com os instrumentos de sopro que acontece o diálogo com o piano solista, enquanto as cordas fazem a moldura da conversa. O movimento carrega uma densidade de beleza sofrida, uma atmosfera de incertezas, e Mozart surpreende o ouvinte com mudanças abruptas de sentimento.

III. Allegretto (Quase rápido) — cerca de 8 minutos
Aqui, outro expediente inusual por parte do compositor: geralmente Mozart termina seus Concertos com um Rondò (esquema cíclico de repetições em torno de um tema com diferentes contra-temas), mas neste ele faz diferente, cria uma deliciosa fantasia, cheia de liberdade, com a apresentação inicial de um tema e seguindo-o de 5 variações. O tema, curiosamente, teria lhe sido proposto por um passarinho de estimação (um Estorninho) que comprara. Isso confere ao finale um humor único, cheio de ironia e vivacidade.

© RAFAEL FONSECA

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