(1906) SCHOENBERG Sinfonia de câmara n. 1

Kammersymphonie für 15 soloinstrumente

Compositor: Arnold Schoenberg
Número de catálogo: Opus 9
Data da composição: 1906
Estréia: 8 de fevereiro de 1907, a versão original, em Viena — Quarteto Rosé e membros da Filarmônica de Viena sob a batuta do autor

Duração: cerca de 20 minutos
Efetivo: 1 flauta (alternando com flauta-piccolo), 1 oboé, 1 corne-inglês, 2 clarinetas, 1 clarineta-baixo, 1 fagote, 1 contra-fagote, 2 trompas, 2 violinos, 1 viola, 1 violoncelo, 1 contra-baixo

[VERSÃO PARA GRANDE ORQUESTRA]

Número de catálogo: Opus 9-b
Data da composição: 1935
Estréia: 27 de dezembro de 1935, para grande orquestra, em Los Angeles — Filarmônica de Los Angeles sob a batuta do autor
  
Efetivo: 2 flautas, 1 flauta-piccolo, 2 oboés, 1 corne-inglês, 2 clarinetas, 1 clarineta-baixo, 2 fagotes, 1 contra-fagote, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, e as cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)


Três características definem a chamada "Primeira Sinfonia de Câmara" de Arnold Schoenberg: primeiro o exercício da forma tradicional, no sentido de que ele recorre ao esquema estrutural da icônica Sinfonia; em segundo, a recusa em seguir o caminho mahleriano do gigantismo sinfônico de obras que requerem, muitas vezes, muito mais de cem músicos; e por fim uma inquietação estética, no que podemos notar como uma busca de um estilo próprio mas também uma alternativa ao tonalismo tão bem comportado do Romantismo que vinha agonizando desde a virada do século. Esta última distinção determina, em certa medida, uma intencional afirmação em direção ao atonalismo, que seria proposto pelo próprio Schoenberg alguns anos mais tarde. O flerte da obra com as dissonâncias é tão forte quanto a harmonia nela presente.

Estruturalmente são 5 movimentos tocados sem interrupção (Introdução, Scherzo, Desenvolvimento, Adagio, Finale) numa clara demonstração de que a Sinfonia clássica foi utilizada como base, assim como seu expediente-síntese, a Forma-sonata. Os 15 instrumentos (na versão original) não estão propriamente dialogando, mas sim cada um tentando liderar os demais no fluxo musical que guarda lugar para as conturbações próprias da Europa pré-Primeira Guerra.

Durante a Segunda Guerra o compositor, judeu, refugiou-se nos Estados Unidos. Em Los Angeles, organizou um concerto com obras suas e percebeu a inadequação dos 15 instrumentos nesta obra nos grandes espaços de concerto americanos; sendo assim, re-orquestrou a música para grande orquestra sinfônica, versão que hoje é mais comum nas programações.

© RAFAEL FONSECA

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