(1874) WAGNER "Viagem de Siegfried" e "Marcha fúnebre" da ópera "O Crepúsculo dos Deuses"

Der Ring des Nibelungen, Dritter Tag "Götterdämmerung"
(Terceiro Dia do "Anel dos Nibelungos", "O Crepúsculo dos Deuses")

Compositor: Richard Wagner
Número de catálogo: WWV 86-D
Data da composição: 1869 a 1874
Estréias: 25 de março de 1875 — Viena, na Musikverein, a Filarmônica sob regência do autor (somente trechos em concerto)
Estréias: 17 de agosto de 1876 — Bayreuth, regência de Hans Richter (ópera completa)

Efetivo: 2 falutas-piccolo, 3 flautas, 3 oboés, 1 corne-inglês, 3 clarinetas, 1 clarineta-baixo, 3 fagotes, 8 trompas, 4 tubas-wagnerianas, 3 trompetes, 1 trompete-baixo, 3 trombones, 1 trombone-baixo, 1 trombone-contra-baixo, 1 tuba, tímpanos, 1 caixa-clara, triângulo, pratos, tam-tam, glockenspiel, 6 harps, as cordas (16 primeiros- e 16 segundos-violinos, 12 violas, 12 violoncelos, 8 contra-baixos)

Orchesterzwischenspiel vor dem I. Aufzug: "Siegfrieds Rheinfahrt"
(Interlúdio orquestral antes do Ato I: "Viagem de Siegfried pelo Reno")
Duração aproximada: 11 minutos

A Viagem de Siegfried pelo Reno se dá depois do breve prólogo, à guisa de interlúdio para preparar o primeiro ato desta ópera que é a quarta e última parte do ciclo intitulado "O Anel dos Nibelungos". Para não nos estendermos tremendamente numa trama que demanda 4 noites e mais de 15 horas de música, fiquemos com o herói desta saga, Siegfried, que após consumar o amor com Brünnhilde e dar a ela, em sinal de fidelidade, o anel, recebe das mãos dela seu cavalo e seu escudo de Valquíria, com os quais partirá para dar seguimento às suas aventuras (esta cena, na ópera montada, é continuidade do final de "Siegfried", a ópera anterior). Durante o desenrolar deste breve trecho instrumental — afinal, o que são 11 minutos em 15 horas? — são utilizados, habilmente por Wagner, temas das óperas anteriores — a saber: "O Ouro do Reno", "A Valquíria" e "Siegfried" — como que dando ao ouvinte uma lembrança de tudo o que já ocorreu, e indicando, através de sua sublime e sugestiva música, que a coisa toda não irá terminar bem...

Trauermusik des III. Aufzugs
(Marcha fúnebre de Siegfried, do Ato III)
Duração aproximada: 10 minutos

Aqui, mais uma vez, proponho nos abstermos de tentar entender uma trama tão complexa. Simplificando ao limite máximo, o que temos é o cortejo fúnebre de Siegfried, morto pelas costas na passagem anterior. Esta é a mais contundente e dramática das Marchas fúnebres, na história da música. Seu poder de sugestão, sua força e pungência, a teatralidade com que Wagner, ao mesmo tempo, comove e assusta, demandam pouca ou nenhuma explicação. Sente-se na carne e na alma a desesperança e o temor da morte. Nosso autor, de reconhecidas patifarias, demonstra aqui o porquê seu nome, esquecidas as canalhices, está no altar maior do panteão musical, junto a Beethoven, Bach e os grandes: sua arte é sublime, como poucas podem ser.

© RAFAEL FONSECA

Jornada de Siegfried no Reno:


Marcha fúnebre de Siegfried:

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