(1903) SCHOENBERG Peleás e Melisanda

Pelleas und Melisande

Compositor: Arnold Schoenberg
Número de catálogo: Opus 5
Data da composição: de julho de 1902 a fevereiro de 1903
Estréia: 25 de janeiro de 1905 em Viena, sob a direção do autor

Duração: cerca de 40 minutos
Efetivo: 1 flauta-piccolo, 3 flautas, 3 oboés, 1 corne-inglês, 4 clarinetas, 1 clarineta-baixo, 3 fagotes, 1contra-fagote, 8 trompas, 4 trompetes, 1 trombone-contralto, 4 trombones, 1 tuba-contra-baixo, 2 conjuntos de tímpano, 1 glockenspiel, 1 caixa-clara, 1 tambor, pratos, triângulo, 1 gongo, 2 harpas e as cordas (primeiros- e segundos-violinos, violas, violoncelos e contra-baixos)

Estamos na alvorada do século XX, e Arnold Schoenberg está com 28 anos, prestes a se tornar um dos maiores transformadores da música no que ficou conhecido como a Segunda Escola de Viena. Mas, aqui, seu estilo ainda está por vir e a obra tem forte influência de Mahler e Richard Strauss.

A idéia era escrever uma ópera baseada na peça de Maurice Maeterlinck, Pelléas et Mélisande, de 1893. Mas é quase certo que Schoenberg soube que Debussy estava trabalhando na mesma idéia, o que o fez optar por um vasto Poema Sinfônico, onde a história é minuciosamente contada, porém sem palavras.

O drama começa quando Golaud encontra Mélisande num riacho, no bosque. Ela perdeu a sua coroa na água, mas não a quer de volta. Eles se casam, e o avô de Golaud, o Rei Arkël de Allemonde, que está muito doente, sente enorme simpatia por Mélisande. Golaud e seu irmão Pelléas descobrem águas fétidas sob o castelo de Arkël. Mélisande se apaixona por Pelléas, seu cunhado, e é vista a sempre a chorar. Mélisande e Pelléas se encontram na fonte, onde ela perde o seu anel de casamento. Golaud começa a suspeitar do amor entre sua esposa e seu irmão, e pede para seu filho Yniold espioná-los. Golaud surpreende os amantes em carícias e furioso mata o irmão Pelléas e fere Mélisande. Tempos depois, ela tem uma filha estranhamente pequena e morre no parto.

Esse enredo, que pode ser considerado um conto de fadas, tem a água como elemento recorrente: o riacho onde Mélisande é encontrada, as águas fétidas sob o castelo, a fonte onde ela perde o anel, sem falar na semelhança entre Mélisande e Mélusine, espécie de sereia das lendas germânicas. A música se utiliza desse fluir aquoso e Schoenberg, em sua primeira grande obra para orquestra, cria quatro grandes blocos ininterruptos que poderiam ser vistos como uma Sinfonia.

© RAFAEL FONSECA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, ao postar seu comentário, não deixe de incliur seu endereço eletrônico, para que possamos manter contato! (R. F.)