Ópera do Estado em Berlim

Königliche Hofoper (Real Ópera da Corte, de 1742 a 1844)
Königliches Opernhaus (Real Casa de Ópera, de 1884 até 1918)
Staatsoper Unter den Linden (Ópera do Estado sob as tílias, desde 1918)
Deutsche Staatsoper (Ópera do Estado Alemão, de 1955 a 1980)
Staatsoper Berlin (Ópera do Estado em Berlim, nome alternativo)

1.356 lugares

Inauguração: 7 de dezembro de 1742
Local: Unter den Linden 7, Berlim, Alemanha
Projeto: Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff

O Rei da Prússia Frederico II (o Grande) mandou erigir o edifício paladiano, parte do desejado Forum Fredericano, e o projeto foi comissionado ao arquiteto Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff. Impaciente, o Rei musical inaugurou a ópera ainda inacabada em 1742 com uma montagem de "Cleopatra e Cesare" do compositor Carl Heinrich Graun. A Orquestra da Corte, que na ocasião já contava com 2 séculos de existência, ganhou a bela casa de ópera como sede.

Durante o século XIX nomes proeminentes ocuparam a direção da casa, como Spontini de 1820 a 1841, Meyerbeer de 1841 a 1846 e Otto Nicolai de 1848 a 1849. Mendelssohn era frequentemente convidado. Em 1843 o fogo consumiu o edifício e o Rei Frederico Guilherme IV ordenou de imediato o trabalho de re-construção, que foi conduzido pelo arquiteto Carl Ferdinand Langhans — alterações deram à platéia 1.800 lugares.

Na virada do século a casa era dirigida por Richard Strauss, que ocupou o posto de 1899 a 1913. Com o colapso do Império Alemão em 1918, foi renomeada Ópera do Estado e agregou o nome da avenida Unter den Linden. Um projeto de renovação foi concluído em 1925 e a casa re-abriu com a "Flauta Mágica" de Mozart. Grandes regentes ocuparam o cargo de diretor, dentre eles Erich Kleiber de 1923 a 1934, Herbert von Karajan de 1941 a 1945, Kleiber novamente no biênio 1954-55, e Daniel Barenboim assumiu em 1992 e está até hoje.

O edifício foi bastante danificado na Segunda Guerra e boa parte ruiu, mas o pórtico e os salões de entrada foram milagrosamente poupados. A recuperação tomou bastante tempo, e por sugestão de Kleiber a fachada ganhou o título de Deutsche Staatsoper (Ópera do Estado Alemão), reabrindo em 1955 com "Os Mestres Cantores" de Wagner conduzido pelo então diretor, Franz Konwitschny. Em 1980, em mais uma intervenção para remodelar o prédio, o pórtico voltou a ostentar "Fridericus Rex Apollini et Musis" (Rei Frederico [dedica este edifício] a Apolo e às Musas), sendo retiradas as letras de Deutsche Staatsoper.

Na gestão de Barenboim o mais sensível e profundo projeto de renovação foi feito. Em 2010 o prédio foi fechado e as atividades transferidas para o Teatro Schiller. A capacidade foi reduzida para 1.356 lugares e a mudança mais significativa, que consumiu boa parte dos quase 400 milhões de Euros, é quase imperceptível aos olhos: a pedido de Barenboim foi criado mais espaço de reverberação, para melhorar a acústica, com isso a distância do piso ao forro subiu uns 5 metros, aumentando a área espacial da sala. Isso teve que ser feito sem agredir a estética original, respeitando as proporções do teto original — a solução foi escavar para descer com toda a estrutura. A casa conta agora com instalações técnicas super modernas e a acessibilidade atende aos requisitos contemporâneos. 

A reabertura, inicialmente prevista para 2013, só aconteceu em 2017, devido às dificuldades advindas do terreno e essa complicada operação de mudança de altura da sala. Um concerto de reinauguração no dia 3 de outubro de 2017 foi dirigido por Barenboim com a "Cena do Fausto de Goethe" de Schumann.

© RAFAEL FONSECA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, ao postar seu comentário, não deixe de incliur seu endereço eletrônico, para que possamos manter contato! (R. F.)