(1724) BACH A Paixão segundo São João

Johannes-Paßion
Passio secundum Johannem

Compositor: Johann Sebastian Bach
Número de catálogo: BWV 245
Data da composição: 1724, com revisões em 1725, 1732 e 1749
Estréia: 7 de abril de 1724 na Nikolaikirche (Igreja de São Nicolau, Leipzig) — direção do autor

Duração: cerca de 2 horas
Efetivo: 1 soprano, 1 contralto, 1 tenor, 1 baixo; Coro completo (sopranos, contraltos, tenores e baixos); 2 flautas, 2 oboés, 1 oboé d'amore, 2 oboés da caccia, alaúde, e as cordas (primeiros-violinos, segundos-violinos, violas, 2 violas d'amore, viola da gamba, violoncelos e contra-baixos)

Para as celebrações da Sexta-feira Santa em 1724, Bach criou esta Paixão de grande beleza, menos conhecida que a Paixão segundo Mateus, em relação a qual esta perde um pouco em monumentalidade, mas nela Bach foi mais direto, melodicamente mais lírico.

A Paixão segundo João é criada logo após a chegada de Bach a Leipzig, uma cidade sem teatro de ópera, de vida luterana contrita e austera. Ao ser contratado, constava de seus deveres evitar, na música a produzir, os exageros operísticos. Um músico com sua imensa capacidade não iria se acanhar ante obstáculos, e o clima intimista alcançado é perfeito.

São dois os capítulos, 18 e 19, do Evangelho de João, dos quais Bach usa sem alterações as palavras da Bíblia na tradução de Lutero para as interferências do Evangelista. Solistas cantam os trechos de Jesus, Pedro, Pilatus, e o Coro dá voz à turba. Costurando as passagens, Árias para diversos solistas dão conta do estado de espírito de cada personagem, embasando dramaticamente cada situação e reforçando o contexto emocional de cada momento.

Uma diferença entre os Chorus e os Chorale: num serviço religioso (como na época) o primeiro é cantado pelo coro, fazendo parte da história; já o segundo, o Chorale, é cantado por toda a congregação (o povo na Igreja) e funciona como um comentário que abre à participação dos ouvintes.

Para ver o texto em tradução ao inglês, clique aqui.

© RAFAEL FONSECA